4º dia do Teste da Urna 2023: participantes que já concluíram planos atestam segurança da urna eletrônica
Encerramento oficial do evento acontece nesta sexta (1º), às 18h, no Auditório I do TSE
Os planos executados pelas investigadoras e pelos investigadores presentes na 7ª edição do Teste Público de Segurança da Urna (TPS) 2023 seguiram a todo vapor nesta quinta-feira (30), quarto dia do evento. Alguns deles já concluíram seus testes sem achados, comprovando que as dezenas de barreiras de segurança da urna eletrônica e de seus sistemas são seguras.
O Grupo 7, representado pelo engenheiro de Controle e Automação André Mário dos Reis dos Santos, de São Paulo (SP), concluiu o teste hoje. Junto com Alexandre Zago Boava e Diego Vergaças de Sousa Carvalho, André observou a capacidade do teclado da urna eletrônica em receber múltiplas entradas simultâneas. A equipe fará uma sugestão de melhoria no teclado.
Eles não encontraram nenhuma possibilidade de vulnerabilidade quanto ao sigilo ou à alteração do voto. “Já achava a urna muito segura. Analisando todo o material fornecido antes do Teste da Urna e contando com a colaboração de outros pesquisadores, como os integrantes da USP [Universidade de São Paulo], que estão aqui, eu pude ter uma percepção maior sobre a complexidade da segurança do sistema eleitoral. É mais robusto do que eu pensava e, agora que conheço a fundo, posso reafirmar que é seguro”, disse.
Transmissão de dados
O pesquisador individual Nicholas Barros dos Santos, de Maceió (AL), também já concluiu seus dois testes. Graduado em Tecnologia em Laticínios e pós-graduando em docência em Educação Profissional e Tecnológica, ele planejou confirmar a segurança do JE-Connect (conjunto de sistemas que possibilita a transmissão de dados a partir de computador de terceiros). Seus testes envolveram a utilização de um computador com sistema operacional inválido para fazer a transmissão de dados e o uso de um bot de monitoramento, desenvolvido por ele mesmo, no computador onde a transmissão é realizada.
“Pude comprovar que a transmissão de dados, utilizando uma VPN própria, é feita de forma totalmente segura e confiável nas duas situações às quais submeti o JE-Connect. Agora, aproveito para observar outras informações e buscar novas ideias para outros planos”, afirmou. Segundo o edital do Teste da Urna, existe a possibilidade de o investigador realizar um novo teste durante o evento, desde que seja previamente aprovado pela Comissão Reguladora.
O Grupo 3, formado pela dupla Vitor Aloisio do Nascimento Guia e Hitatiana Maria Santiago Ferreira da Silva Guia, ambos de Carpina (PE), também concluíram o teste sem achados. Eles tentaram adulterar o JE-Connect.
O investigador individual João Benedito dos Santos Junior concluiu os trabalhos já na terça-feira (28). Doutor em Ciência da Computação e Matemática Computacional, ele executou um teste para extração, verificação e validação do conjunto completo dos resumos criptográficos HASH SHA-512 Radix 64 dos códigos compilados e/ou executáveis embarcados na urna eletrônica.
Plano em andamento
Esta é a segunda participação do professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Carlos Alberto da Silva, pós-doutor em Cibersegurança. Ele também testou a urna eletrônica na 6ª edição do TPS, realizada em novembro de 2021, ocasião em que pôde auxiliar a Justiça Eleitoral na contínua evolução do equipamento. Desta vez, o docente veio acompanhado de outros três alunos. Juntos, os especialistas apresentaram seis planos de teste, que estão sendo colocados em prática ao longo desta semana.
“É uma oportunidade única para os meus alunos. Conhecer o TSE, conhecer o processo eleitoral [...] E aí eles veem a grandiosidade que é o negócio. Não é pouca coisa: são basicamente quase sete milhões de linhas de código em cinco linguagens de programação. Então, quer dizer, é muita coisa para se adquirir de conhecimento e, em cima disso, tentar produzir um achado que ajudaria o TSE [a aprimorar o sistema]”, disse o professor.
Avanços e oportunidades de melhoria
O chefe da Seção de Voto Informatizado do TSE (Sevin/TSE) e integrante da Comissão Reguladora do Teste, Rodrigo Coimbra, fez um balanço positivo dos trabalhos realizados até o momento. De acordo com o servidor, a equipe da Polícia Federal, por exemplo, já produziu avanços significativos, que resultarão em valiosas contribuições para aperfeiçoar os sistemas das urnas modelo 2022 e 2020.
“O grupo [da PF] identificou um achado no mecanismo de inicialização da urna e estão avançando ali, em cima disso, para ver se tem mais consequências. Mas é algo que a gente já sabe como resolver e vai ficar ainda mais seguro, bem melhor depois disso”, explicou Coimbra.
Outro destaque citado pelo servidor foi uma sugestão de melhoria no Sistema de Apuração (SA), utilizado em situações pontuais como nos casos de perda do resultado gravado em meio eletrônico ou de necessidade de conclusão da votação em cédulas de papel.
O JE-Connect é também mais uma tecnologia que será refinada com a colaboração das investigadoras e dos investigadores do Teste da Urna.
Evento de encerramento
Nesta sexta-feira (1º), às 18h, acontece encerramento do Teste da Urna 2023, no Auditório I do TSE. O evento será conduzido pelo diretor-geral do Tribunal, Rogério Galloro, e contará ainda com a presença de integrantes das Comissões Organizadora, Reguladora, Avaliadora e de Comunicação Institucional, além das investigadoras e dos investigadores.
Extensão do prazo
Desde a 6ª edição do TPS, realizada em novembro de 2021, é permitido que participantes solicitem a extensão do prazo para execução dos planos de teste. Assim como ocorreu no evento anterior, nesta edição do Teste da Urna, o grupo formado por cinco integrantes da PF pediu mais um dia para dar continuidade às estratégias executadas nesta semana. Dessa forma, mesmo com o encerramento oficial amanhã, o grupo estará no TSE, no sábado (2), das 9h às 13h, para finalizar o teste.
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral